Vida, vida, vida
As vezes é sem sentido
As vezes ganha sentido
As vezes, sentido nela...
Sempre o alfaiate se usa de seu próprio fazer.
Está trajado com seu melhor linho, ao qual recusa vender
Dá-se ao pobre, ao vil coronel
Mas deita-se nú no lubre, riscado de seu papel.
Dimensiona virilhas,
Coze com argumentos saberes de forros, mangas e peles,
Amacia veludos e tange com tremendo pulsar os lisos carreteis.
Vida, vida, vida
Dá-se em mim para obrar
Viste-me outrora payando cantos
Cantos de roupa, cantos de linha, cantos de pá!
Cantos e Cantares dos Cânticos dos Cânticos que é de Salomão.
Marcas de Ayer
Tece o tecelão?
Labora magistra?
Águila volat...
E severos servos de tí não se vão
Diante da espera.
Vida, vida, vida?
Eu vejo o pobre, o rico e o ardor
Vejo luzes, céu, dessabor
Vingo tramóias, suplícios vagos de mão
Sinto sabores, só em coração!
Esplêndido é o traçar da linha naquilo que dela se faz
Ariranhas
Fado
Circuncentro
Ei de saborear as tangerinas mais póstumas do pomerânio
Que algos em seus saberes lhos compartiu com'e e con'te
Vida, vida, vida,
Porque, vem m'ensina, você!
30 de Julho de 2012: Ao Cégo.
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