quarta-feira, 27 de maio de 2009

Seleção Nativista - Invernia




Preparei quatro coletâneas de música nativista: "Invernia", "Campo", "Lamento" e "Milongueira". Agora posto a primeira, diretamente da serra catarinense, do grupo Invernia.
Eu que já fui peão, participei de três CTG's (Centro de Tradição Gaúcha) e extendi pesquisas consideráveis sobre o assunto, especialmente nos anos de faculdade, venho agora partilhar um pouco desta jóia cultural brasileira.

Médicos e Músicos


Essa não posso deixar de postar...hehe


Festa social, todo mundo com copo de whisky na mão. Dois sujeitos conversam:

- Olá, tudo bem?
- Sim, e vc, como vai?
- Vou bem. Me disseram que vc é músico?
- Sim.
- Nossa, e que instrumento vc toca?
- Toco ZABUMBA.
- E toca em quais orquestras?
- Na OSESP e na OSUSP.
- Que beleza, hein? Deve ser cansativo, nao?
- É o trabalho, ne?
- Realmente, admiro vcs músicos, grande profissão essa. Até queria que meu filho fizesse música, mas o garoto nao tem jeito, insiste que quer ser médico ou advogado.
- Ah, hoje em dia é assim, a garotada nao tem jeito. Mas, e vc, o que faz da vida?
- Eu sou médico.
- Jura? Mas como assim?
- Trabalho no Hospital das Clínicas.
- Clínicas, não conheço. E faz o que lá?
- Sou cardiologista.
- Mas vc tem um emprego não tem?
- Então, trabalho no hospital.
- Nas horas vagas?
- Não. Esse é o meu emprego.
- Mas ganha pra isso?
- Ganho sim, dá pra viver.
- E vc não estudou? Não quis saber de faculdade?
- Estudei, fiz faculdade de medicina.
- Ah, é? Não sabia que tinha. Que interessante. Sabe, eu fui médico amador quando era jovem, uma vez fiz até uma operação num rapaz que tinha sido atropelado. Usei uma flanela de carro pra estancar o sangue e uma faca pra abrir a barriga do rapaz e parar a hemorragia. Eu até gostava, mas nao levava muito jeito pra coisa. E aí minha mãe até disse: “Larga disso, garoto, vai estudar música”.
- É, queria ter tido uma mãe assim.



Retirado daqui!

Fantasia em Sol Bemol



Uma das obras mais interessantes que já assistí até hoje, em seus curtos minutos, representa um momento musical com uma fotografia animada - quase teatral. O que é exatamente isso? o que este cidadão pretendia quando realizou esta peça em 1965? Fato claro para mim é que não é em hipotese alguma a tentativa de transposição do som em visão. Tentar tornar Bach algo visível é tão absurdo quanto tentar ouvir Michelângelo.. Ahm ham! eis a questão! parece que assemelhamos Michelângelo a algo, e com Bach é o mesmo no campo inverso, mas nada mais é do que o resultado empírico do histórico que decidimos na inconsciência profunda da mente, e portanto nos aproximamos do inicial, de um ponto mais distante, mais ancestral, onde muito mais coisas são comuns e convergem ao ápice da própria criação universal. Quando remetemos a tal ocasião, evidente que o fazemos pois somos resultado da mesma frutificação, assimilamos naturalmente tais proposições inconcebíveis disciplinarmente. portanto, voltando ao ponto: se a intenção do diretor fosse realizar Bach na imagem, buscaria algo como a natureza, como o que mais se assemelha, que esta mais próximo do evento inicial da criação, da arte, da vida.
O que foi feito não é nada disso! Ao contemplar este filme remetemos nossa condição espectativa a algo que traduza o evento... sim, o "evento" musical; o momento e seus geradores. Deste modo seguramente o diretor criou uma representação para um momento musical baseado numa suposição artística sobre a fanfatasia do excelentíssimo mestre.
Chocante e ao mesmo tempo suficiente. O exito nesta empreitada dignifica o ousado cineasta Jan Svankmajer e mostra que conseguiu equiparar-se ao divino Bach - mesmo que por poucos minutos sob sua tutela.

Baixe aqui e seja permeado pelo divino. (em manutenção, se alguém desejar solicite por e-mail)
 

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