domingo, 17 de dezembro de 2017

Cozinheiro Nacional


Há alguns anos eu peguei-me lendo sobre o Baile da Ilha Fiscal (9/11/89), e despertou-me qualquer vontade curiosa acerca do que chamava-se "banquete". Via régia, banquete deveria ser extravagancia, ostentação, luxuria e muitos outros pecados, d'onde a Gula era a anfitriã.

Como Brasil é Brasil e não é Brazil, óbvio que encontrei pouco ou quase nada na www sobre o assunto, salvo citações e dicionários. Inclusive, tal falta sobre a história nossa é lugar comum, é a praxe, resulta do besteirol acadêmico que impede que trabalho científico tenha utilidade neste país...

O Cozinheiro Nacional da Editora Garnier, ou, como se lê:

Cozinheiro Nacional ou Collecção das Melhores Receitas das Cozinhas Brasileira e Européas para a preparação de sopas, molhos, carnes, caça, peixes crustáceos, ovos, legumes, pudins, pastéis, doces de massa e conservas para sobremesa;

Acompanhado das Regras de servir a mesa e de trinchar.

Foi a melhor hipótese resultante da minha pesquisa. "Acompanhado das Regras de servir a mesa e trinchar" - Sim, é o que eu procurava !

Mas ali deparei-me com um livro único, com um manual, com um objeto histórico, com um objeto didático, um estupendo compendio de saberes da época (crê-se, idos de 188x...) que revelam alguma coisa de muito importante, pois "A vida é a alma do universo, e tudo quando vive, se alimenta". Nós humanos gastamos boa parte do dia com isso.

Verdade ou não, o Cozinheiro Nacional nos conta mais do que receitas, ele traz consigo o hábito.

Páginas recheadas de sabor, de vida, páginas cheias de ganância, receitas repletas de humildade, o peso do clima na vida do Brasil imperial, o peso da escravidão, os senhores, senhoras, senhorinhas, o moto viventi, a tradição, a compreensão da natureza...

Pois alguns anos depois (uns 7 talvez), uma boa alma disponibilizou o PDF (e sim, sei da historia de como foi recuperado o livro, de quem fez e etc e tal, quem quiser pode pesquisar que é legal também), e agora compartilho, para que nosso amor pela vida permaneça tão pleno que, quando nos faltar hoje a verdade, venha ela no futuro!


Baixar o Cozinheiro Nacional e preparar as panelas!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

La Luna en el Laberinto

La Luna en el Laberinto

Pleno Octubre

Poco a poco y también mucho a mucho
me sucedió la vida
y qué insignificante es este asunto:
estas venas llevaron
sangre mia que pocas veces vi,
respiré el aire de tantas regiones
sin guardarme una muestra de ninguno
y a fin de cuentas ya lo saben todos:
nadie se lleva nada de su haber
y la vida fue un préstamo de huesos.
Lo bello fue aprender a no saciarse
de la tristeza ni de la alegría,
esperar el tal vez de una última gota,
pedir más a la miei y a las tinieblas.

Tal vez fui castigado:
tal vez fui condenado a ser feliz.
Quede constancia aquí de que ninguno
pasó cerca de mi sin compartirme.
Y que metí la cuchara hasta el codo
en una adversidad que no era mía,
en el padecimiento de los otros.
No se trató de palma o de partido
sino de poça cosa: no poder
vivir ni respirar con esa sombra,
con esa sombra de otros como torres,
como árboles amargos que lo entierran,
como golpes de piedra en las rodillas.

Tu propia herida se cura con llanto,
tu propia herida se cura con canto,
pero en tu misma puerta se desangra
la viuda, el indio, el pobre, el pescador,
y el hijo del minero no conoce
a su padre entre tantas quemaduras.

Muy bien, pero mi oficio
fue
la plenitud del alma:
un ay del goce que te corta el aire,
un suspiro de planta derribada
o lo cuantitativo de la acción.

Me gustaba crecer con la mañana,
esponjarme en el sol, a plena dicha
de sol, de sal, de luz marina y ola,
y en ese desarrollo de la espuma
fundó mi corazón su movimiento:
crecer con el profundo paroxismo
y morir derramándose en la arena.

 Memorial de La Isla Negra (Pablo N)
 

© 2009Luz de Inverno | by TNB