segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Mestre Cartola


Acordei hoje afim de ouvir algo enquanto realizava os afazeres e por sorte, logo de cara encontrei-me com o mestre. Ouvi dois discos, o de 1976 e o de 1977 ambos excelentes, até que agora pela noite acabei por saber que coincidentemente completam-se 29 anos exatos da morte do mago, pelo que deixo cá minha homenagem visto que a insuportável estúpida midia é tão incapaz de ser útil ou de ter alguma notícia, que não fez sequer menção ao fato (se perguntar prum jornalista o que é samba ele certamente vai dizer que é uma comida típica do "país" africa).

Cartola (1908 - 1980) fez parte dos absurdamente raros "pais do samba". Morador do morro carioca, fundador da Estação Primeira de Mangueira, consolidou o estilo junto com sua trupe (Donga, Carlos Cachaça, João da Baiana...) formando a partir de incontáveis influências o que nos hoje definimos claramente como "samba". Músico humilde, de vida simples e modesta cuja pobreza vigorou até quase o fim, restou-lhe na vida cantar, compor e esculpir com versos e rimas, acordes e melodias, o nobre som brasileiro que identificaria gerações de nosso povo e ele marcaria eternamente.

A vida dificil se mostra clara nos versos calmos e sofridos do poeta que com a humildade de seu violão falou da vida, do amor e especialmente do povo carioca. Admirado por todos, alguns dignos de nota como Villa Lobos (que diversas vezes esteve na delegacia livrando o mestre bradando: "este homem é um gênio!"), Cartola marcou seu tempo e re-criou o samba, influenciou toda a trupe da bossa, imprimiu versos na boca do povo e se deixou levar até o caminho final.

Meus póstumos mas não tardios parabéns nobre mago! E que sua memória nos inspire eternamente!

Baixar disco de 1976 (excelente)

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