Debussy: "Bach é um Deus!"
"...sinceramente, a gente não sabe como se portar para se tornar digno de escutá-lo".
Albert Einstein : "O que tenho a dizer sobre a obra de Bach? Ouvir, tocar, amar, adorar ... ficar calado!"
Max Reger: "...sua arte não é humana, é divina!"
Villa-Lobos: "A música de Bach é um fundo folclórico de todas as nações."
Beethoven: "O pai da harmonia."
"Um herege se converte ouvindo Bach."
Mozart: "Agora, aqui existe algo da qual podemos aprender alguma coisa."
Waltel Branco: "Não existe nada além de Bach na música... depois dele ninguém fez nada."
Então, o que vou dizer sobre Bach diante de tudo isso?
Hoje resolvi tocar um pouco de piano e me veio Bach a mente. Fato que o que deveria ser um mero momento de prazer se tornou irresistivel e acabei a taarde toda tocando e ouvindo Bach, como se hipnotizado, repetindo incessantemente algumas melodias... enfim, não adianta eu falar mais sobre Bach do que já foi dito. Neste caso vou falar do que é ouvir Bach.
O prazeroso ato de escutar as milhares de interpretações da obra bachiana não é tão simples quanto parece. Para começo de conversa nem todo mundo costuma ouvir música erudita, e deste grupo uns poucos apreciam a música barroca. Ainda assim quem não tiver paciencia não aprende a alcançar o prazer que ele proporciona mesmo com sua incontestável energia.
Sua arte se distingue, o prazer que temos com Bach é diferente do que temos com outras músicas, mesmo as da mesma época ou período (como Vivaldi e Haendel). Bach é profundo e sua obra não é exatamente um crescendo sendo que em alguns casos já no início temos o ápice da peça. A beleza é inquestionável e é nela que devemos nos segurar para entrar no mundo bachiano.
Quem ignorar a beleza não chegará a Bach. A maravilha é alcançada com paciência para ouvir alguns minutos com intensa atenção até desligar-se do mundo real e se familiarizar com o contraponto (que é dificil para leigos em ouvir tal estilo). Assim como um ato de meditação, devemos deixar a mente desligar e de subito somos jogados, arremessados num lugar bélo, cuja maravilha parece um paraiso, verde, florido, cheiroso, onde flutuamos e quase choramos pela velocidade das frases musicais ser tão curta; dá-nos vontade de repetir-las eternamente, para ficramos no paraiso. (na foto ao lado a recomposição moderna do que possivelmente foi a face do magnânimo soberano da arte)
O interessante é que mesmo as densas fugas ao órgão acabam ficando lindas em algum momento. Comigo é assim, ouço uma peça qualquer de órgão e lá pelo fim vou começando a ter clareza, mas na segunda peça já estou ligado e desde o início ela é maravilhosa. Os versões de orquestra são mais digeríveis mas não sei dizer se existe ordem de beleza em Bach... todas são lindas, até parecem uma só que ouvimos um trechinho agora, outro depois. Não é a toa que o chamam de "O 5º Evangelista" (por considerar sua obra o quinto evangelho).
Vou postar uma pequena seleção de músicas, prezando as mais pop.
O Concerto de Bradenburdo nº3 (download) BWV 1048 (composto antes de 1721)
I - Allegro Moderato
II - Adágio
III - Allegro
Peça de rica beleza, um concerto barroco em que as melodias vão de um para outro instrumento (no caso, todos são solistas), em 3 movimentos conforme o costume.
A Fuga e a Toccata que a segue em Dm (ré menor) BWV 565 (composta algum período entre 1703 e 1707 e interpretada ao órgão por Helmut Walcha em alta fidelidade). (download)
Do Livro de Anna Magdalena Bach (dowload), as seguintes peças (composto em 1722):
O Mínueto em G (sol), BWV Anh 114, na versão original para cravo (por Gustav Lenhardt) e em outra linda versão orquestrada. Talvéz a peça mais conhecida.
O Minueto em G (sol), BWV Anh 116, peça que amo tocar aqui também por Gustav Lenhardt.
O Minueto em Dm (ré menor), BWV Anh 132 pelo piano de Arthur Moreira Lima.
E o Prelúdio em C (dó maior), BWV 846, 1, também por Gustav Lenhardt. Peça interessante que depois ganhou uma sobre-melodia pelo frances Gounod (1818 - 1893) que teve acesso a Bach graças a Mendelssohn, transformando-a na famosíssima Ave Maria de Bach-Gounod.
O Prelúdio da Suíte para Violoncelo nº1 BWV 1007 em G (sol maior). Aqui podemos ver a harmonia criada sem acordes simultâneos, mas com sons sucessivos, "harmonia melódica", coisa rara e maravilhosa.
O décimo movimento da cantata 147, "Jesus a Alegria dos Homens", com órgão e coral, composta em 1716. Digo que essa obra para mim simboliza a paz - e só a ela posso compará-la.
Por fim, a Ária da Suite nº3 para orquestra em D (ré maior) BWV 1068, composta entre 1717 e 1723 e a Invenção a Duas Vózes BWV 775, a nº4, interpretada por Arthur Moreira Lima ao piano.
Mais sobre Bach:
Wikipedia
Bach.org (inglês)
Sociedade Bach do Brasil
Hoje resolvi tocar um pouco de piano e me veio Bach a mente. Fato que o que deveria ser um mero momento de prazer se tornou irresistivel e acabei a taarde toda tocando e ouvindo Bach, como se hipnotizado, repetindo incessantemente algumas melodias... enfim, não adianta eu falar mais sobre Bach do que já foi dito. Neste caso vou falar do que é ouvir Bach.
O prazeroso ato de escutar as milhares de interpretações da obra bachiana não é tão simples quanto parece. Para começo de conversa nem todo mundo costuma ouvir música erudita, e deste grupo uns poucos apreciam a música barroca. Ainda assim quem não tiver paciencia não aprende a alcançar o prazer que ele proporciona mesmo com sua incontestável energia.
Sua arte se distingue, o prazer que temos com Bach é diferente do que temos com outras músicas, mesmo as da mesma época ou período (como Vivaldi e Haendel). Bach é profundo e sua obra não é exatamente um crescendo sendo que em alguns casos já no início temos o ápice da peça. A beleza é inquestionável e é nela que devemos nos segurar para entrar no mundo bachiano.
Quem ignorar a beleza não chegará a Bach. A maravilha é alcançada com paciência para ouvir alguns minutos com intensa atenção até desligar-se do mundo real e se familiarizar com o contraponto (que é dificil para leigos em ouvir tal estilo). Assim como um ato de meditação, devemos deixar a mente desligar e de subito somos jogados, arremessados num lugar bélo, cuja maravilha parece um paraiso, verde, florido, cheiroso, onde flutuamos e quase choramos pela velocidade das frases musicais ser tão curta; dá-nos vontade de repetir-las eternamente, para ficramos no paraiso. (na foto ao lado a recomposição moderna do que possivelmente foi a face do magnânimo soberano da arte)
O interessante é que mesmo as densas fugas ao órgão acabam ficando lindas em algum momento. Comigo é assim, ouço uma peça qualquer de órgão e lá pelo fim vou começando a ter clareza, mas na segunda peça já estou ligado e desde o início ela é maravilhosa. Os versões de orquestra são mais digeríveis mas não sei dizer se existe ordem de beleza em Bach... todas são lindas, até parecem uma só que ouvimos um trechinho agora, outro depois. Não é a toa que o chamam de "O 5º Evangelista" (por considerar sua obra o quinto evangelho).
Vou postar uma pequena seleção de músicas, prezando as mais pop.
O Concerto de Bradenburdo nº3 (download) BWV 1048 (composto antes de 1721)
I - Allegro Moderato
II - Adágio
III - Allegro
Peça de rica beleza, um concerto barroco em que as melodias vão de um para outro instrumento (no caso, todos são solistas), em 3 movimentos conforme o costume.
A Fuga e a Toccata que a segue em Dm (ré menor) BWV 565 (composta algum período entre 1703 e 1707 e interpretada ao órgão por Helmut Walcha em alta fidelidade). (download)
Do Livro de Anna Magdalena Bach (dowload), as seguintes peças (composto em 1722):
O Mínueto em G (sol), BWV Anh 114, na versão original para cravo (por Gustav Lenhardt) e em outra linda versão orquestrada. Talvéz a peça mais conhecida.
O Minueto em G (sol), BWV Anh 116, peça que amo tocar aqui também por Gustav Lenhardt.
O Minueto em Dm (ré menor), BWV Anh 132 pelo piano de Arthur Moreira Lima.
E o Prelúdio em C (dó maior), BWV 846, 1, também por Gustav Lenhardt. Peça interessante que depois ganhou uma sobre-melodia pelo frances Gounod (1818 - 1893) que teve acesso a Bach graças a Mendelssohn, transformando-a na famosíssima Ave Maria de Bach-Gounod.
O Prelúdio da Suíte para Violoncelo nº1 BWV 1007 em G (sol maior). Aqui podemos ver a harmonia criada sem acordes simultâneos, mas com sons sucessivos, "harmonia melódica", coisa rara e maravilhosa.
O décimo movimento da cantata 147, "Jesus a Alegria dos Homens", com órgão e coral, composta em 1716. Digo que essa obra para mim simboliza a paz - e só a ela posso compará-la.
Por fim, a Ária da Suite nº3 para orquestra em D (ré maior) BWV 1068, composta entre 1717 e 1723 e a Invenção a Duas Vózes BWV 775, a nº4, interpretada por Arthur Moreira Lima ao piano.
Mais sobre Bach:
Wikipedia
Bach.org (inglês)
Sociedade Bach do Brasil
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