quinta-feira, 29 de março de 2012

Queixada no mato

E EU

Que nem sou figura popular,
Nem podre,
Nem político,
Nem rei
Nem Bar.

Nem mofo de pegar em janela ou em batente de porta
Sinto uma pendência natural de almas
Que é de se ser só o ser
Que é de faltar na sociedade
Que é ser deixudo, largadão, tipo peixe de fundo

Escapado na poeira,
Nunca-visto no barro de mangue
Pouco sondado de esconde esconde
Microscopado só no lampião!
Camelo fugido de tempestade de areia.

Sinto sim,
que na rua já sou "ôooooo"
Aceno de braço,
Qualquer coisa de "ei, ei, me diz pelamordedeus um ..."
Tanta cousa que me desgusta .

que não sou nada
que sou vento
limbo passa de longe nimportância de mim
sou só um resto
e como qualquer resto,
desejo ser largado para ser.
para poder ser eu

discomplico pra gente entender:
Se você pensa que qualquer coisa, você está errado(a).
Se você pensa nada, você não esta.
Se você não pensa, você não é.
Se você é e o mato é, e passarinho é, e noutros mundos são, e lagartixa é: você é.
Só quem é passa como alma. Todo o resto passa como sei-lá... porque o que é não entende o que sei-lá.
Assim, conceito pra tudo, pré só na escola, pra lição de professora chata.

Que em minha cidade já me sinto pesado...
feito bolha de sabão sobre uma nuvem.

Preso por ter é, aquilo, eu, sei-lá, demais, portanto e mefistófeles no tacho de alma jogada no bosque.

Dedico este.

29/03/2012

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