quarta-feira, 27 de maio de 2009

Fantasia em Sol Bemol



Uma das obras mais interessantes que já assistí até hoje, em seus curtos minutos, representa um momento musical com uma fotografia animada - quase teatral. O que é exatamente isso? o que este cidadão pretendia quando realizou esta peça em 1965? Fato claro para mim é que não é em hipotese alguma a tentativa de transposição do som em visão. Tentar tornar Bach algo visível é tão absurdo quanto tentar ouvir Michelângelo.. Ahm ham! eis a questão! parece que assemelhamos Michelângelo a algo, e com Bach é o mesmo no campo inverso, mas nada mais é do que o resultado empírico do histórico que decidimos na inconsciência profunda da mente, e portanto nos aproximamos do inicial, de um ponto mais distante, mais ancestral, onde muito mais coisas são comuns e convergem ao ápice da própria criação universal. Quando remetemos a tal ocasião, evidente que o fazemos pois somos resultado da mesma frutificação, assimilamos naturalmente tais proposições inconcebíveis disciplinarmente. portanto, voltando ao ponto: se a intenção do diretor fosse realizar Bach na imagem, buscaria algo como a natureza, como o que mais se assemelha, que esta mais próximo do evento inicial da criação, da arte, da vida.
O que foi feito não é nada disso! Ao contemplar este filme remetemos nossa condição espectativa a algo que traduza o evento... sim, o "evento" musical; o momento e seus geradores. Deste modo seguramente o diretor criou uma representação para um momento musical baseado numa suposição artística sobre a fanfatasia do excelentíssimo mestre.
Chocante e ao mesmo tempo suficiente. O exito nesta empreitada dignifica o ousado cineasta Jan Svankmajer e mostra que conseguiu equiparar-se ao divino Bach - mesmo que por poucos minutos sob sua tutela.

Baixe aqui e seja permeado pelo divino. (em manutenção, se alguém desejar solicite por e-mail)

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