The Godfather

Do romance siciliano de Mario Puzo surge esta maravilha cinematográfica em três etapas, cujo oscar foi corretamente aplicado as duas primeiras como "Melhor Filme", além de outras categorias. Comandadas pelo mestre Francis Ford Coppola, tenho certeza que é o melhor filme que já assisti.

Mesmo sabendo que o diretor explodiu os cofres da Paramout para fazer esta obra, fico admirado com a qualidade de tudo, especialmente imagem e som. Fora poucos errinhos (como aparecer um fusca em 1940...) o resto é monumental.

O filme fala da máfia italiana norte-americana, de seus crimes, de sua brutalidade ao mesmo tempo que ressalta os valores italianos da familia, lealdade e confiança. No início temos atores que flutuam num cenário deslumbrante cuja fotografia não se pode descrever senão por sí própria, na rica familia do mais poderoso mafioso "Don Vito Corleone". A primeira parte se passa quase sempre no interior das casas, com as familias, onde se negocia e se trabalha. Mostra a corrupção do poder publico pelo dinheiro e tenta transmitir que a ilegalidade dos crimes praticados (jogos, assassinatos...) é menos daninha que a das drogas.
A contagiante trama do poder se dá quando eclode a guerra entre as familias que dominam o crime organizado, com grande violencia, culminando no assassinato de um dos filhos de Vito. No seu lugar assume Michael, outro filho, sempre assessorado pelo advogado Tom e demais personagens, como permanece nos filmes seguintes da trilogia.

O "Padrinho", é como chamam o chefão, num ato respeitoso que astutamente o diretor usa para amenizar a gravidade da violencia. De fato saimos ludibriados, como se a mafia fosse algo bom e desejável, e esquecemos da brutalidade que ela aplica. A dedicação dos personagens é louvável e torna plausivel esta "inversão" a que somos submetidos na tela.

Vamos ao elenco do primeiro:

Marlon Brando (Don Vito Corleone)
Al Pacino (Michael Corleone)
Diane Keaton (Kay Adams)
Richard S. Castellano (Peter Clemenza)
Robert Duvall (Tom Hagen)
James Caan (Santino "Sonny" Corleone)
Sterli Hayden (Capitão McCluskey)
Talia Shire (Connie Corleone Rizzi)
John Marley (Jack Woltz)
Richard Conte (Emilio Barzini)
Al Lettieri (Sollozzo)
Abe Vigoda (Sal Tessio)
Gianni Russo (Carlo Rizzi)
John Cazale (Frederico "Fredo" Corleone)
Morgana King (Mama Corleone)
Lenny Montana (Luca Brasi)
Alex Rocco (Moe Greene)
Tony Giorgio (Bruno Tattaglia)
Victor Rendina (Phillip Tattaglia)
Salvatore Corsitto (Bonasera)
Al Martino (Johnny Fontane)
Sofia Coppola (Criança batizada)

Vamos a Ficha:

Tempo de Duração: 171 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1972
Estúdio:Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Mario Puzo e Francis Ford Coppola
Produção: Albert S. Ruddy
Música: Nino Rota
Direção de Fotografia: Gordon Willis
Desenho de Produção: Dean Tavoularis
Direção de Arte: Warren Clymer
Figurino: Anna Hill Johnstone
Edição: Marc Laub, Barbara Marks, William Reynolds, Murray Solomon e Peter Zinner

Destaque para a imaculada trilha sonora de ninguem menos que Nino Rota (Cujo parceiro anterior era ninguem menos que Fellini). O compositor usa toda sua experiência para transformar qualquer cena em algo brilhante, comovente, emocionante. Na maioria das vezes soam adaptações para orquestra de musicas tradicionais italianas, como o caso do tema original que existe em diversas versões e é cantado no terceiro filme como "Bruccia La Tierra" (que creio ser o original).


1974: Após o sucesso da primeira etapa, vem a segunda. Com os bolsos cheios e os cofres da Paramoud sendo ampliados, Coppola segue em sua trilogia.

Vito está morto e Michael assassina os chefes da mafia local permanecendo como grande "Don" desta nova etapa. A trama continua, novos adversários surgem e as metralhadoras esquentam. "Esta segunda fase já não tem o brilhantismo da primeira..." exatamente isso que Coppola deve ter pensado. Resolveu o problema iniciando o filme na Sicilia, contando a história de Vito, de como chegou a América e conquistou seu poder, com cenas comoventes de fóto e som absurdamente bons. Esta parte retrata especialmente que o poder se alastrou para além do continente, e agora o "Don" tem presidentes, senadores e todo o tipo de gente na sua lista. Os velhos devem ser deixados pra tras e é o momento de forçar as coisas para legalizar a criminalidade.

Mais uma vez nota 10. Os filmes se completam, são como um só. Quem assiste um precisa assistir os outros dois para conectar as coisas e captar o fantástico mundo de Mario e Coppola.

Desta vez o elenco é mais servido, assim como a equipe:

Al Pacino (Don Michael Corleone)
Robert De Niro (Vito Corleone - jovem)
Diane Keaton (Kay Adams)
Robert Duvall (Tom Hagen)
John Cazale (Fredo Corleone)
Talia Shire (Connie Corleone Rizzi)
Lee Strasberg (Hyman Roth)
Michael V. Gazzo (Frankie Pentangeli)
G.D. Spradlin (Senador Pat Geary)
Richard Bright (Al Neri)
Gastone Moschin (Don Fanucci)
Tom Rosqui (Rocco Lampone)
Bruno Kirby (Jovem Clemenza)
Frank Sivero (Genco)
Francesca De Sapio (Jovem Carmella "Mama" Corleone)
Morgana King (Mama Corleone)
Marianna Hill (Deanna Corleone)
Dominic Chianese (Johnny Ola)
John Aprea (Jovem Tessio)
Abe Vigoda (Tessio)
Gianni Russo (Carlo)
Giuseppe Silato (Don Francesco)
Mario Cotone (Don Tommasino)
Harry Dean Stanton (Policial do FBI)
Danny Aiello (Tony Rosato)
James Caan (Sonny Corleone)
Roman Coppola (Jovem Sonny Corleone)
Sofia Coppola (Criança no barco na cena na Estátua da Liberdade)

Ficha:

Tempo de Duração:200 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1974
Estúdio: Paramount Pictures / The Coppola Company
Distribuição: Paramount Pictures
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Mario Puzo e Francis Ford Coppola
Produção: Francis Ford Coppola
Música: Nino Rota e Carmine Coppola
Direção de Fotografia: Gordon Willis
Desenho de Produção: Dean Tavoularis
Direção de Arte: Angelo P. Graham
Figurino: Theadora Van Runkle
Edição: Barry Malkin, Richard Marks e Peter Zinner

Se alguém não assistiu essa trilogia ainda, deve procurar se corrigir imediatamente.

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