O Violeiro

E já que é pra falar de arte, cadeira garantida é a do amigo Milton. O rapaz é gravurista, enxadrista, artista e ainda toca um pandeiro! Sem contar que é bom de proza e grande amigo, com quem eu passava tardes a filosofar. Assim como eu, Milton se dedica absolutamente a arte, vive a arte a cada momento seja nas músicas que ouve, no cinema que assiste, na gravura que imagina... Mantém algumas páginas na web, com amostras de um pouco dos seus trabalhos e idealizações.

A ele dediquei a música "Autóctone". Fiz esta música de improviso completo (como habitual) e resolvi ir mais longe nas minhas experiencias com canto (decidi que vou cantar, e já peço desculpas aos ouvintes). Melodia e poesia foram gravadas em tempo real, sem revisão, numa só faixa no meu home-studio em Curitiba. A ideia para poesia parte de uma música da qual o Milton falava e re-falava, que diz que "os urubus são aves do paraíso". Hehehe, nunca ouvi a dita música original e então decidi fazer eu mesmo minha versão. Este é o som que resulta desta gravura. Assim como o Mestre Waltel, acho que o que ta feito, ta feito, e não tem nada que mudar depois, arte concluída é arte pronta pra apreciar, depois se gostou "deixa ficar", senão joga fora!

De todas as gravuras do nobre amigo, indubitavelmente esta é a que mais me agradou. Em especial uma coisa: o violeiro não pode tocar! Gênial! Para mim este quadro reflete o silêncio, a inconclusão, a ausência, os opostos entre o material e o humano...


Grande abraço nobre amigo!


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