segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Strange Days


A primeira vez que assisti a este filme foi numa dessas "Sessão de Gaala" da TV global. Admito que fiquei surpreso por deterem tal obra no acervo. Agora, alguns anos depois, tornando a assistir, desta vez como gosto: no momento certo (ele pairou semanas sobre o DVD até que este o possuiu), com um bom audio original, e na silenciosa noite. Posso dizer que é um dos filmes mais densos que já assistí.


Classificado como "ficção científica", ou mesmo "ficção", datado de 1995 sob cautelosa direção de Kathryn Bigelow, não encontrei muita ficção na obra, mas sim muita realidade. Suspense, drama, ação (sobretudo), e a fomentação crítica de alta qualidade artística que pairava nos ares da década (que teve entre outras obras Pulp Fiction), Strange Days é uma obra complexa e distinta, que o espectador deve - antes de tudo - temer.

Digo "temer" pois fica rutulado como ficção. A trama, no entanto, nos mostra algumas situações que pessoas como eu, com contato direto com: arte, pessoas, noite e com o lado que classifico como "D" da sociedade moderna, estão bem familiarizados. Especificamente o seguinte: até quanto as pessoas buscarão loucuras e devassidão por conta própria?

O filme mostra, sob a alcunha de uma nova tecnologia, que isso pode ser ilimitado ao ponto do indivíduo desejar viver a vida que poderia ter, mas por supressão ou medo (o que fica claro quando percebemos como se mostra a sociedade na película) prefere fazer-lo doutro modo.

Mostra, como já comentei, um mundo "D", um mundo que hoje existe mas não é "familiar" e se esconde da "pura democracia" sob os véus da noite longa. Digo que tudo o que se passa é bastante real e vivido nas grandes cidades do mundo, não sendo ainda generalizado a ponto de tomar as ruas. Mas até quando - pergunto!

No final, o argumento nos dá uma breve brisa de esperança: não se trata de uma tragédia; mas sim duma previsão desta, assumida no fato do filme se passar nos dois dias antes do ano 2000 (explícito nos diversos noticiários em que ele mostra as previsões).

A trilha sonora é absurdamente compatível, bem como o nível que parece irregular das conversas e das músicas (realismo). Os atores são gênios, bem como a direção. A fotografia deixa a desejar, mas não sei o que poderia ser feito num filme que se passa totalmente a noite. Fora isso, alguns fatos forçosos, mas que deixamos passar por darem mais ânimo a trama.

É preciso assistir esta obra, mas com cautela, sangue frio e consciência de que muito pouco é ficção. Não recomento para religiosos radicais ou menores.

Click para baixar o filme (Torrent) Atualizado 01/2011

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